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Medéia (1969)

Sobre o filme

O mito grego de Medéia vem ganhando, desde a antiguidade, várias leituras. Teve versões de Ésquilo, Ovídio e Sêneca, por exemplo. Também originou peças de Corneille e Jean Anouilh, uma ópera de Cherubini e, no Brasil, a peça “Gota d’Água”, de Chico Buarque de Holanda e Paulo Pontes. Pasolini escolheu o texto clássico de Eurípides para criar a sua versão, levada à tela pela cantora lírica Maria Callas. Segundo a lenda original, Medéia era uma feiticeira grega que, amante de Jasão, o líder dos argonautas, ajudou-o a conquistar o velocino de ouro e, conseqüentemente, reivindicar o reino de Iolcos, na Tessália. Jasão, no entanto, apaixonou-se depois pela filha do rei de Corinto e abandonou Medéia. Enfurecida, a feiticeira mata os três filhos que tivera com Jasão e envia para a rival um manto que se incendeia ao ser vestido por ela, matando-a. “Me limitei a retirar do texto de Eurípides apenas algumas citações... Medéia é o confronto do universo arcaico e clerical com o mundo de Jasão, mundo racional e pragmático. Jasão é o herói atual, que não apenas perdeu o senso metafísico como sequer se questiona sobre isso. A sua procura busca apenas o sucesso. Confrontado à outra civilização, à raça do espírito, Jasão dá início a uma tragédia impressionante”, disse Pasolini.

Título original: Medea

Ano: 1969

Duração: 111 minutos

País: Itália

Cor: Col

Direção: PIER PAOLO PASOLINI

Roteiro: PIER PAOLO PASOLINI

Fotografia: ENNIO GUARNIERI

Montagem: NINO BARAGLI

Elenco: MARIA CALLAS, LAURENT TERZIEFF, GIUSEPPE GENTILE, MASSINO GIROTTI, MARGARET CLEMENTI

Produtor: FRANCO ROSSELLINI, MARINA CICOGNA