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No Do. El Tiempo Y La Memoria (0)

Sobre o filme

Durante quase quarenta anos, todos os cinemas da Espanha eram obrigados a apresentar, antes de cada sessão, os Noticiários y Documentales popularmente conhecidos como NO-DO, um cinejornal de propaganda do governo do ditador Francisco Franco. Criado em 1943, após a Guerra Civil que dividiu o país, o cinejornal sobreviveu à morte de Franco, em 1975, e só desapareceu das telas em 1981, quando a democracia já reinava no país. Apesar de ser o mais completo material da memória recente do país, o NO-DO foi objeto de escassas análises, um paradoxo em relação à abundante produção de estudos e ensaios sobre o franquismo existentes desde os anos 80. O noticiário chama a atenção pela linguagem pomposa, cheia de adjetivos, pelo tom triunfalista e pela falta de análise crítica dos acontecimentos. A Espanha mostrada em suas 4016 edições era um país em franco desenvolvimento, cujo povo glorificava a figura do caudilho. Os pesquisadores Rafael R. Tranche e Vicente Sánchez-Biosca assistiram às 700 horas de material para compilar ‘o melhor do NO-DO’ e escreveram um livro analisando o seu significado ideológico e seu sistema de produção. O Brasil também teve cinejornais semelhantes na época do Estado Novo (1937-1945), produzidos pelo DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), e durante alguns anos do regime militar impantado em 1964.

Título original: No Do. El Tiempo Y La Memoria

Ano: 0

Duração: 118 minutos